Práticas de combate à
miséria, incentivo à educação e à igualdade de oportunidades, zelo pela saúde
de gestantes e crianças, combate às doenças com as maiores taxas de mortalidade
do planeta, promoção de políticas de preservação do meio ambiente e saneamento
básico, assim como de políticas para o desenvolvimento econômico de países
pobres e da parcela mais carente de uma mesma sociedade, estão relacionadas à
noção de justiça social.
As noções de propriedade privada, exploração e desigualdade
social se relacionam, a propriedade privada estabelece a posse de bens, o
que nem sempre esteve relacionado apenas à capacidade de trabalho das pessoas,
mas também à exploração da mão de obra escrava, por exemplo.
A desigualdade social teria se originado em
razão do acúmulo de bens por parte de algumas classes sociais, a partir da
exploração econômica das demais ou de outras nações.
Em algum momento da história, parte daquilo que era
produzido por uma comunidade (alimentos, animais, objetos) passou a ser
destinado a outros não envolvidos com tal produção, sob o pretexto da
necessidade de se pagar o uso daquela terra ao seu verdadeiro proprietário.
Em vez de considerar a terra como um bem
comum, ao cercá-la e estabelecer a sua posse, retira-se a possibilidade de uso
daquela pelos demais, restringindo-a apenas ao seu proprietário, o qual
poderá utilizá-la para produzir coisas que os outros terão de adquirir,
uma vez que já não possuem meios próprios para produzi-las.
O paralelo realizado pelo poema "Estatística" de Sidónio
Muralha, entre o necessário para se destruir e para criar, para salvar uma vida
ou acabar com muitas, para saciar a fome ou desprezar tal condição em que
muitos vivem, evidencia a contradição a que nossa sociedade está entregue,
cujos valores perpetuados nem sempre preconizam (valorizam) o bem comum e a
preocupação com o outro.
Em determinados casos, atribui-se
legitimidade às guerras, o que é feito com base em critérios como "motivo
gravíssimo" ou "paz como objetivo final", entre outros fatores.
Isso significa que a legitimidade está sendo entendida como uma causa
justa.
Em nosso cotidiano, não é difícil
encontrar elementos relacionados à cultura de guerra . Em desenhos animados,
por exemplo, é frequente o tema da luta de "super-heróis" contra os
inimigos da paz e da ordem. Nestes, podemos perceber a imagem estereotipada do
herói e do vilão, as quais introduzem noções sobre o bem, o mal e a justiça que
nem sempre estão relacionadas à questão da tolerância e da solução
pacífica para os conflitos sociais e entre nações.
Muitos
dos conflitos pelos quais a humanidade já passou (e pelos que ainda passa)
foram justificados pelas partes envolvidas por um discurso que mascara a
realidade e a inverte em favor de uma das partes. Esse tipo de discurso
manipula a população para que esta acredite que tais conflitos estão
relacionados a uma causa justa. Em realidade, eles encobrem posicionamentos
intolerantes, preconceituosos e tendenciosos, mas que são perpetuados como
valores relacionados à justiça. Muitas vezes também encobrem interesses
econômicos e de dominação social e política. A esses discursos chamamos de
ideologia.
Mediar
os interesses dos diversos grupos sociais, de modo que a igualdade de direitos,
oportunidades e a liberdade prevaleçam para todos, é a função política de um
governo democrático.
Além de observar
o “mundo real” filósofos refletiam sobre “mundos possíveis”, descreva como
seriam esses mundos segundos os filósofos Thomas More, Jean-Jacques Rousseau e
John Rawls.
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