Revisão de Filosofia 8º ANO
No texto
"Burro Sentado" de Diléa Frate, vemos a história de um burro que
possuía o desejo de sentar-se à mesa tal qual gente. Pouco depois de
conseguir esse feito e passar a ser admirado por isso, o burro, que sempre
aspirou ser gente, passa a ensinar as pessoas a se comportarem como burros. Tal
história possui um sentido ambíguo (duplo) e nos ensina que: as pessoas
se deixam influenciar por comportamentos, ideias, e pensamentos de outras
pessoas que estão em evidência sem avaliar o caráter dessas ações e pensamentos.
O texto
"Burro Sentado" de Diléa Frate possui um sentido figurado, pois
utiliza uma história fantasiosa para transmitir uma lição ou ideia. Nesse
sentido, podemos afirmar que a figura do burro representaria, alguém comum que
adquire notoriedade por algo banal (sem real importância), mas que, em virtude
da evidência que obtém, passa a influenciar o comportamento de uma grande
porção de pessoas.
Ainda segundo
o mesmo texto, o que podemos entender sobre comportamento das pessoas diante da
frase "elogiosa" feita pelo burro, ao vê-las comendo feito animais:
"Nossa, como vocês são burros!" Elas se sentem lisonjeadas por
obterem a atenção da celebridade e felizes por conseguirem imitá-la, ainda que,
para tanto, precisem agir de modo diferente do seu.
Ao imitar o
comportamento do burro, as pessoas do conto mencionado deixam de pensar
por si mesmas e passam a aderir a comportamentos ditados por modismos.
somos livres
para pensar no que quisermos, quando e onde quisermos. Sabemos também que somos
livres para expressar esses pensamentos. Para que aquilo que pensamos e aquilo
que transmitimos através do diálogo seja algo coerente e compreensível,
existe uma relação entre pensamento e diálogo. Essa relação acontece, quando
os diálogos expressam os conteúdos que, através do
pensamento, apreendemos e relacionamos de diferentes formas; transmitem aquilo que imaginamos sobre
o mundo e as coisas através dos pensamentos; formulam (elaboram) aquilo que
expressamos através de diálogos. É através dos diálogos que articulamos os
pensamentos com a intenção de fundamentá-los, justificá-los, tornando-os mais
coesos e significativos.
Podemos
definir o conceito de dialética, segundo a concepção de George W. F. Hegel em sua
análise acerca do pensamento considerando que dialética é o movimento do
pensar gerado pelo confronto entre situações ou ideias contraditórias e tem
como produto a síntese, ou seja, uma nova ideia ou situação que carrega
semelhanças e diferenças em relação às ideias e situações anteriores.
A relação da dialética com a revisão de antigos preceitos e
formulação de novas idéias está na medida em que confrontamos ideias, no
embate de posições distintas sobre um mesmo assunto, pode surgir uma nova
ideia, que contenha relações entre as duas formas distintas de pensamento.
Desse modo, ocorre uma revisão das ideias estabelecidas e a produção de novos
pensamentos.
Segundo a
concepção de dialética de G. Hegel, não se deve aceitar apenas uma ideia e
abandonar as demais, pois, diante da diversidade de pensamentos, cada ideia
contém em si mesma algo que irá permanecer e algo que irá se modificar no
contato com outra ideia.
Por meio da
dialética, podemos confrontar posicionamentos contrários, tornando nossas
ideias mais articuladas e significativas.
Por meio
da dialética, há a possibilidade de se atualizar a nossa maneira de pensar
e buscar a verdade, permitindo a revisão de teorias ou leis que fundamentam
o nosso conhecimento sobre a realidade.
Posturas como sensacionalismo,
manipulação de informações, parcialidade e censura prejudicam o diálogo
dialético uma vez que influenciam a opinião das pessoas, sem propor o confronto
de ideias que gera o movimento entre tese (ideia), antítese (ideia contrária) e
síntese (produto do confronto entre as ideias contraditórias), consistindo em
uma imposição unilateral de concepções. Esta ideia acaba recebendo respaldo
(apoio) por vir de uma autoridade, celebridade ou alguém que possui alguma
notoriedade (visibilidade), assim como o "burro inteligente" do conto
que observamos em outro momento. Neste sentido, não há a articulação entre
pensamentos distintos na produção de novas ideias, mas apenas a aceitação
passiva da ideia de alguém.
O Iluminismo,
movimento filosófico, político, cultural e social do século XVIII defendeu,
entre outras questões, a liberdade de pensamento e expressão, as quais, na
atualidade, são bandeiras de regimes políticos democráticos, mostrando que o diálogo dialético é ao mesmo tempo produto da democracia e
também seu maior defensor, pois ao mesmo tempo em que promove a difusão de
diversas ideias, depende da liberdade de pensamento e expressão garantidas
constitucionalmente pelo regime democrático para ser efetivo. A
liberdade de pensamento e expressão garante às pessoas a autonomia intelectual
necessária para articular ideias e posicionamentos, e expressá-los de forma
imparcial. A democracia tem como principal objetivo resguardar as
liberdades individuais, entre elas a liberdade de expressão e manifestação de
posicionamentos pessoais, o que viabiliza o diálogo dialético.
Além dos
direitos de liberdade religiosa, de pensamento e expressão, outros direitos
individuais foram defendidos por este importante movimento social, político,
filosófico e cultural do século XVII o Iluminismo. Embora tais direitos sejam a
base de sustentação dos regimes políticos democráticos da atualidade, também
servem de prerrogativa (motivação) para a prática de políticas de invasão de
outros povos, restrições econômicas a determinadas nações, além de
sustentar uma postura consumista, justificada por conceitos como
"tendência", "moda" e "avanço tecnológico". Neste
sentido, por que podemos relacionar essa liberdade individual aos
"ferros" aos quais se referia Rousseau na célebre frase: "O
homem nasce livre e por toda a parte encontra-se a ferros (correntes)". Porque, embora
sejamos livres para pensar e nos expressar, abrimos mão voluntariamente dessa
liberdade ao adotarmos uma postura passiva diante dos acontecimentos, ao
assumir como nossos ideias e preceitos sem qualquer reflexão sobre o conteúdo
desses posicionamentos.
Porque, embora
sejamos considerados cidadãos dotados dos mesmos direitos e deveres de forma
indistinta, privilegiamos posicionamentos que vão contra esses princípios.
Porque, embora
sejamos livres, nem sempre possuímos consciência dessa liberdade, falta esta
que é produto da ausência de reflexão e, por consequência, ausência do diálogo
dialético.
Porque, embora
seja preconizada (valorizada) a liberdade individual, cada vez mais adotamos
posturas massificadas, ou seja, posturas irrefletidas, motivados por um
comportamento moldado segundo interesses comerciais que pouco estão
preocupados com a nossa liberdade de pensamento.
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ATÉ DIA 28/06/2013
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