quinta-feira

REVISAO 1º ANO - FILOSOFIA

Quando as pessoas recorrem às certezas cotidianas e tomam como referência apenas o modo como sentem e percebem o mundo, suas observações podem ser parciais.
A aprendizagem da ciência é um processo de desenvolvimento progressivo do senso comum. Só podemos ensinar e aprender partindo do senso comum de que o aprendiz dispõe. consiste na manutenção e modificação de capacidades ou habilidades já possuídas pelo aprendiz. parte do senso comum de que o aprendiz já dispõe, ou seja, é o refinamento de um conhecimento pré-existente.
A ciência é apenas uma parte da tentativa da humanidade de compreender o mundo em todos os seus aspectos. O homem esforça-se por descobrir uma ordem no fluxo da experiência, quer essa ordem seja observada, como na repetição das estações, quer seja postulada por teorias refinadas como a da relatividade, mecânica quântica e evolução. A ciência procura uma ordem na experiência da natureza adquirida pelo homem. As diferentes formas de conhecimento resultam da tentativa humana de compreender o mundo. O homem faz diversas tentativas de compreender o mundo e a ciência é fruto dessas tentativas.
O senso comum e a ciência são expressões da mesma necessidade básica, a necessidade de compreender o mundo, a fim de viver melhor e sobreviver. E para aqueles que teriam a tendência de achar que o senso comum é inferior à ciência, eu só gostaria de lembrar que, por dezenas de milhares de anos, os homens sobreviveram sem coisa alguma que se assemelhasse à nossa ciência. Tanto o senso comum, quanto a ciência, são expressões da necessidade humana de compreender o mundo. Por séculos o homem conseguiu sobreviver, antes da existência da ciência, graças ao senso comum.
o senso comum é uma visão de mundo precária, distorcida e até perversa. Em decorrência, poderíamos pensar que só superamos a pobreza mental recorrendo a formas mais sofisticadas do saber, tal como a ciência. No entanto, pensar assim é pressupor que o homem comum deve ser tutelado por outros que lhe digam qual a melhor forma de pensar e quais as melhores ações a serem realizadas, o que é contrário a tudo que se pensa sobre o valor da autonomia humana. É errôneo pressupor que o homem comum é mentalmente pobre e deve ser tutelado pelos cientistas.
a compreensão do mundo se faz à medida que lhe damos sentido e agimos sobre ele. Precisamos de interpretações, de teorias, por mais simples que sejam, a fim de ‘organizar o caos’. Toda vez que os ‘esquemas de pensamento’ nos faltam, sentimos que o chão nos foge dos pés... Ao considerar o conhecimento no sentido mais amplo possível, percebemos que ele se faz no enfrentamento contínuo das dificuldades que desafiam o Homem. E, como tal, não é fruto exclusivo da razão, mas também dos sentidos, da memória, do hábito, da imaginação, das crenças e desejos. Chamamos senso comum essa primeira compreensão do mundo resultante da herança fecunda de um grupo social e das experiências atuais que continuam sendo efetuadas. Pelo senso comum, fazemos julgamentos, estabelecemos projetos de vida, adquirimos convicções e confiança para agir. As ações humanas podem partir da mera repetição do modo como outras pessoas agiram anteriormente em situações semelhantes. O conhecimento herdado dos antepassados, ao qual adicionamos os resultados das experiências atuais, é chamado de senso comum. O senso comum trata-se de um conjunto de opiniões que nos permite interpretar a realidade e nos ajuda a avaliar, julgar e agir.
O senso comum é o conhecimento de todos nós, homens comuns, não-especialistas. Se a ciência precisou se posicionar muitas vezes contra as ‘evidências’ do senso comum, não há como desprezar essa forma de conhecimento tão universal. Ou seja, mesmo o cientista mais rigoroso, quando está fora do campo de sua especialidade, é também um homem comum e usa o conhecimento espontâneo no cotidiano de sua vida. Todos os seres humanos usam o conhecimento do senso comum. Até mesmo os cientistas utilizam o senso comum em seu cotidiano.
O que eu desejo que você entenda é o seguinte: a ciência é uma especialização, um refinamento de potenciais comuns a todos. Quem usa um telescópio ou um microscópio vê coisas que não poderiam ser vistas a olho nu. Mas eles nada mais são que extensões do olho. Não são órgãos novos. São melhoramentos na capacidade de ver, comum a quase todas as pessoas. Um instrumento que fosse a melhoria de um sentido que não temos seria totalmente inútil, da mesma forma como telescópios e microscópios são inúteis para cegos, e pianos e violinos são inúteis para surdos. A ciência não é um órgão novo de conhecimento. A ciência é a hipertrofia de capacidades que todos têm. Isto pode ser bom, mas pode ser muito perigoso. Quanto maior a visão em profundidade, menor a visão em extensão. A tendência da especialização é conhecer cada vez mais de cada vez menos. Assim podemos afirmar que a ciência é um refinamento de capacidades que todos têm ou ainda uma hipertrofia de potenciais comuns a todos.

Em nosso dia a dia formulamos uma série de opiniões a respeito de tudo que nos cerca. São descrições imprecisas ou relatos de fatos e acontecimentos abordados de maneira superficial impregnados de opiniões, que geram uma infinidade de conceitos pré-concebidos os quais aos poucos vão se tornando parte do conhecimento popular. Contudo, nem todos os conhecimentos integrantes do senso comum são irrelevantes, já que partem da própria realidade, algumas concepções são de fato precisas, faltando a elas, sobretudo, o rigor, o método, a objetividade e a coerência típicas do senso crítico. Dessa forma ‘e correto afirmar que por partirem da própria realidade cotidiana das pessoas, alguns conhecimentos oriundos do senso comum devem ser relevados. Cotidianamente, elaboramos opiniões a respeito do mundo que nos cerca que acabam por integrar o conhecimento popular. Formulamos diariamente relatos de fatos e acontecimentos, carregados de opiniões, que originam uma infinidade de conceitos pré-concebidos.

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